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O objetivo deste blog é a troca de experiências e a divulgação das atividades profissionais de João Delfim de Aguiar Nadaes como professor, pensador, psicólogo e mediador. Como professor e pensador leciona, da cursos e escreve textos, enquanto psicólogo atende crianças, adolescentes, adultos, casais e famílias, além de fazer orientação profissional e supervisionar atendimentos. Já como mediador faz mediação familiar, empresarial, escolar, penal e comunitária nas quais também trabalha com círculos restaurativos.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Korfebol – Cultura de Paz e a prática da não-violência através do esporte.

O Korfebol é um esporte holandês, praticado há mais de um século na Europa. O seu criador foi o professor de Educação Física Nico Broekhuysen, impulsionado pelo incômodo de ver as mulheres afastadas da prática de atividades físicas, até mesmo no contexto escolar. Desta forma, ele buscou inspiração em um jogo que havia conhecido num curso de férias para criar uma nova modalidade esportiva baseada na igualdade e integração entre os gêneros.


O Korfebol conserva até hoje a característica de ser um jogo de integração, que permite a participação de homens e mulheres em igualdade de condições e aceita também a flexibilização de suas regras em contextos específicos, podendo absorver pessoas com condições físicas diversas como crianças, jovens, adultos, idosos, portadores de deficiências e outros, numa mesma equipe.


As regras do Korfebol motivam a participação de pessoas que não possuem um perfil exatamente “atlético”, que por alguma razão podem ter sido excluídas da prática de atividades físicas, mas que ao se depararem com as possibilidades oferecidas por este esporte, sentem-se capazes de jogar e resgatam a sua auto-estima em relação ao seu potencial.


Nas aulas de Educação Física, ainda encontra-se a barreira do preconceito, não só contra o sexo feminino, mas também contra qualquer pessoa que se apresenta por qualquer motivo como diferente, isso se expressa claramente através do desrespeito às diferenças que resulta em violência.


A prática do Korfebol, não pretende treinar grandes atletas ou supervalorizar as habilidades motoras específicas, mas sim contribuir para a formação integral do indivíduo, proporcionando vivências onde ele possa desenvolver as suas habilidades corporais, num ambiente onde a convivência com os demais possa levá-lo a descoberta das diferenças como algo natural e pertinente a sua vida social.


O Korfebol poda ser um recurso importante na construção e desenvolvimento da Cultura de Paz através da sua prática colaborativa, de não-violência e de inclusão social. Através de sua prática o participante passa a ter a possibilidade de vivenciar o outro como parceiro, na superação da discriminação e do preconceito,. Além disso, o seu caráter colaborativo desconstrói o individualismo mostrando que não é apenas a competição que importa, apresentando ao participante uma nova perspectiva em relação à coletividade. O fato de em sua regra não poder existir contato físico para a retirada da bola desenvolve não só a possibilidade como o estímulo à prática da não-violência . Essa construção pode estender-se ao âmbito da vida cotidiana do sujeito, trazendo transformações no seu modo de se relacionar consigo mesmo, com a família e com a comunidade.